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24/01/20

A herança nazista que incomoda

A demissão, correta, do secretário de Cultura que copiou um texto nazista para anunciar um programa da pasta, me fez lembrar de coisas que os nazistas fizeram e usamos assim mesmo. Como? Explico. Além da crueldade e atos abomináveis, os alemães de Hitler deixaram um enorme legado não militar.

Ninguém gosta de lembrar ou citar isso, porque é como se a gente elogiasse o regime. Mas a verdade é que a influência nazista em nossas vidas existe até hoje. O Fusca, por exemplo, tão amado no Brasil, foi fabricado a pedido de Hitler. Mais nazista impossível. O avião a jato foi inventado por eles.

Claro que começou como um caça para ser usado na guerra, o Messerschmitt Me 262, que acabou chegando tarde. Ganhou todas as batalhas, mas eram poucos e a guerra foi perdida. O programa espacial dos EUA e da Russia também foi totalmente criado por nazistas dissidentes e baseado na tecnologia de guerra deles.

O equipamento de visão noturna é outra invenção nazista, hoje usado por exércitos do mundo todo. Uma coisa que poucos sabem é a origem da famosa grife Hugo Boss. Ele era nazista e desenhou os uniformes da juventude hitlerista e da sanguinária SS. Não tenho medo de dizer que os uniformes nazistas eram muito mais bonitos que os dos aliados. Agora sabemos porque.

Voce gosta de Fanta? É outra criação nazista. Na época, a Coca-Cola atuava na Alemanha mas não podia importar o xarope de seu refrigerante, por isso a filial alemã inventou a Fanta. O walkie-talkie foi criado pela Motorola para a comunicação em batalha e é o avô do celular.

O computador como conhecemos é nazista. A ideia foi do inglês Alan Turning, mas só se tornou realidade com o alemão Konrad Zuse, que montou o primeiro, o Z3. O cinema em 3D já era comum na Alemanha nazista, em 35mm e usado para a propaganda de Hitler.

Uma das coisas mais abomináveis dos nazistas foram os experimentos, muitos cruéis, em judeus, gays e ciganos, com cirurgias sem anestesia e muito sofrimento. Porém, seus estudos sobre hipotermia continuam referência e alguns procedimentos, técnicas e métodos de tratamento nazistas ainda são usados pela medicina atual.

A Alemanha nazista era antitabagista e provou, pela primeira vez, a relação entre o cigarro e o câncer de pulmão. Hitler proibiu o fumo em locais de trabalho e no transporte público, além de manter uma campanha forte com palestras e panfletos. As mulheres foram instadas a fazer exames regulares de câncer de mama.

O Atlas de Pernkopf até hoje é considerado a melhor referência da anatomia humana, mas foi feito usando centenas de gays, judeus e ciganos mortos pelos nazistas. A transmissão ao vivo pela televisão foi feita pela primeira vez pela máquina de propaganda nazista.

Joseph Goebbels, de quem o secretário demitido copiou um texto, é, gostem ou não, o pai do marketing atual. O controle de jornais, rádios e tevês pela força para só divulgar o que era conveniente é usado até hoje. A única diferença é que os governos trocaram a força pelo dinheiro e as verbas oficiais de propaganda.

Lula e o PT mantiveram Globo, UOL, Folha e outros alinhados gastando milhões por mês neles. Nas artes, os artistas de esquerda receberam 80% das verbas da Lei Rouanet nos governos petistas, seguindo fielmente o que pregava Goebbels para o marketing do governo nazista.

Os princípios definidos por ele até hoje são usados pelas empresas e políticos, porque funcionam. Foi ele quem transformou atos burocráticos políticos em eventos multimidia. Suas inovações em design, psicologia de massa, massificação da mensagem, simplificação dos slogans e logomarcas são ensinadas em nossas faculdades.

Os marketeiros e políticos o seguem. Por exemplo, o inimigo único, que é escolher um inimigo por vez e ignorar o que os outros fazem. "Concentre-se em um até acabar com ele". Voce vê isso em toda campanha eleitoral, quando o candidato escolhe alguém com quem polarizar.

Atribuir todos os males sociais a este inimigo e mostrar que sua companhia pode contaminar os outros. "Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos, criando assim um clima de profunda insegurança e temor". Parece familiar?

"Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias, sendo estas replicadas pela imprensa oficial". De novo, está no nosso dia a dia. "Sempre há que bombardear com novas notícias sobre o inimigo para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas". Lembra Folha, Globo e UOL sobre Bolsonaro?

"Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas contra o inimigo escolhido". De novo, todos os dias esses veículos apresentam "especialistas" para bombardear cada projeto de Bolsonaro. Fizeram assim também com Fernando Henrique Cardoso.

"Ocultar toda a informação que não seja conveniente" - rotina no Brasil. "Potencializar um fato presente com um fato passado. Sempre que se noticia um fato se acresce com um fato que tenha acontecido antes", como associar a ditadura militar ao governo Bolsonaro.

Como voce vê, apesar de abominável, o regime nazista também contribuiu para o avanço da sociedade por um lado, e, por outro, tem seus princípios de propaganda usados por gente que diz rejeitar o nazismo.

O nazismo e o comunismo são dois lados do mesmo projeto de poder absoluto e eterno.

A esquerda que condena o nazismo é a mesma que carrega a cartilha de Goebbels como se fosse uma Biblia, usando, tanto fora quanto no poder, os mesmos truques da Alemanha nazista. Que tinha criminosos, mas também tinha pessoas de bem.

O nazismo, assim como a vida, não é preto e branco. Existe muita área cinza no meio.

E muita hipocrisia na discussão.

Posted by at 8:23 PM
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