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18/10/19

7 anos depois, tudo igual

No meio das discussões dobre o motim dos PMs (que parte da imprensa, por excesso de educação, chama de greve) é preciso lembrar algumas coisas.

A primeira é que o líder do movimento, Marco Prisco, sequer é PM. Ele foi expulso da corporação em 2001. Mesmo assim, faz do sindicalismo dos que não podem ter sindicato (militar) uma profissão, assim como a politiqueiro.

Ou seja, um civil lidera um motim na PM da Bahia. Um não, três, em 2001, 2012 e hoje. Por falar nisso... militar não tem direito a greve, por motivos óbvios, em nenhum país.

Quando o grupo de PMs se recusa a obedecer ordens, segundo a lei militar fazem um motim. É a lei.

Mas, imagine que os PMs pudessem fazer greve, mesmo assim o grupo da Bahia estaria completamente errado. Porque partiu para greve sem negociar, não avisar com antecedência e não manter 30% em 2012.

Na época, a paralisação já tinha sido condenada como ilegal pela Justiça. Prisco e seus amotinados não estavam só afrontando o Governo da Bahia e os baianos, mas o sistema jurídico como um todo.

A Justiça ordenou que deixassem a Assembleia, mas foi ignorada até onde deu. Mandou que 12 PMs se entreguem para cumprir ordens de prisão, foi ignorada. Os amotinados de Prisco levantavam pistolas na frente da Alba, ameaçando todo mundo.

Só o fato do movimento peitar uma ordem judicial era motivo suficiente para não entender o apoio oficial da OAB de Itabuna ao motim de 2012. Será porque Andirlei, então presidente local, é “a cara” do Prisco, como irmão gêmeo?

O motim ainda errou pelo vandalismo e violência, agindo como bandidos. Sete anos depois, Prisco faz novo motim, desta vez fracassado, mas com a mesma violência e desprezo pelas leis do país.

Metade deste texto eu escrevi em 2012, mas nem dá para saber qual parte, porque Prisco reincide nos métodos.

Parte da culpa deste novo motim e da violência sofrida por Salvador é da Justiça baiana, que anistiou Prisco e o tirou da cadeia, abrindo o caminho para ele se eleger deputado.

PMs corretos, 99% deles, respeitam as leis e se esforçam para defender a sociedade. Já os bandidos de farda, que estão assaltando, espalhando pânico, depredando, sequestrando ônibus e fechando avenidas, esses precisam é de cadeia.

Afinal, bandido, com farda ou sem farda, é bandido.

Abro um parêntese para dizer que não entendo como um pai pode colocar sua esposa e seus filhos em risco de morte, como fizeram vários PMs na Assembleia Legislativa, sem luz e água, cercados pelo Exército e ao lado de um maluco que, a toda hora, prometia “banho de sangue” se fosse preso. Foi assim em 2012.

Talvez a atual tentativa de motim tenha fracassado porque o pessoal da época “se tocou” da besteira em apoiar o maluco.

Se fosse só o sangue dele, problema dele. Mas o dublé de político e maluco colocou em jogo o sangue de mulheres, crianças e policiais.

Na violência deste ano, um de seus próprios cupinchas foi ferido ao atirar nos colegas de farda e está preso.

Outra diferença é que a Justiça agora está do lado da população, mandou fechar as sedes da Aspra, depois emitiu mandados de busca e apreensão que devem resultar em muitas condenações.

A Assembleia Legislativa precisa ainda mostrar de que lado está e cassar o mandado do chefe dos amotinados. Menos que isso é dar impunidade.

É bom que eu deixe claro duas coisas. A primeira é que também fui contra os motins de 2001 e 2012. A segunda é que conheço e admiro os PMs.

Acompanho a rotina deles há muitos anos e sei de seu bom trabalho. Este trabalho, que a sociedade aprendeu a respeitar, principalmente depois que o nível escolar dos que entram melhorou bastante, não pode ser jogado na lama pelo 1% que age como bandido numa paralisação ilegal e violenta.

Os PMs, assim como os policiais civis e bombeiros, professores, médicos da Bahia ainda ganham muito mal.

Ganhavam mal com o carlismo e continuaram com o petismo, sem aumento por 8 anos. Mas tem um dever a cumprir e povo a respeitar.

A Bahia merece paz.

Posted by at 8:58 PM
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